Zona de conforto
É engraçado como independente de quantos anos você tenha, a quantidade de desafios que você já tenha enfrentado, e sua profissão, no meu caso, psicóloga rs, não valem de nada quando você é “convidada” a sair da sua zona de conforto.
Estou há alguns dias preparando uma palestra que darei na próxima segunda, e que apesar de ter aceitado o convite numa boa porque falar em público nunca foi um problema, acredito que por fazer tempo que não enfrento uma “platéia”, alguns “e se” vieram me atormentar. “E se der um branco e você esquecer tudo?”, “E se não gostarem?” e tantos outros “e se”… E aí, eu na luta rs tentando trabalhar mentalmente todos esses poréns, fui confrontada positivamente a me arriscar novamente.
Semana passada utilizei em algumas sessões uma técnica de Meditação que aprendi que tem como objetivo o autocuidado, o auto-acolhimento. E diante de bons resultados e boas sensações provocadas, para a minha surpresa, ao final do exercício, alguns pacientes que gostaram da forma como eu conduzi a prática me pediram se eu poderia gravá-la, para que eles pudessem fazê-la em casa.
Insegura, enrolei 4 dias. Eu que nunca tinha gravado áudio de nada (só de Whatsapp rs), me peguei pensando coisas do tipo: “e se ficar ridículo?” “e se a pessoa receber e odiar?” “e se ela me achar patética?” e aí, coloquei todos os meus “e se” na sacola, e gravei. Fiz o melhor que um amador poderia fazer, criei coragem e enviei aos que tinham me pedido, e aos que imaginei que gostariam de receber também.
Sendo muito honesta, sei que algumas pessoas provavelmente acharão patético, algumas pessoas acharão muito amador, bem como algumas pessoas assistirão minha palestra na próxima semana e também não gostarão e quer saber? Tudo bem. Faz parte da vida, são os riscos de sairmos de nossa zona de conforto. Sem hipocrisia alguma, se servir para uma pessoa e ajudá-la, mesmo que eu nem venha a saber, já está valendo, porque afinal de contas, essa foi minha motivação inicial para os dois exemplos dados, ajudar.
Por isso, se você estiver aí, morrendo de vontade de fazer algo, experimentar algo, de desistir de algo, preste atenção nestes “e se” que aparecerão. Analise de maneira racional cada um deles, muito provavelmente você perceberá, que o fundo de tudo, absolutamente tudo, é medo. E não tem jeito, se não enfrentarmos nossos medos nunca saberemos se eles faziam sentido ou não. A maioria deles, não faz.
Para encerrar, queria dividir com vocês o poema “Tempo de Travessia”, do professor Fernando Teixeira de Andrade:
Arrisque! <3