Você tem medo de que?
Em muitas fases da nossa vida a insegurança bate forte. Sentimos medo que as coisas mudem para pior, medo de perder pessoas, medo de perder o emprego, de perder bens materiais, entre outros. Vivemos aflitos, estressados e tensos negligenciando o presente para pensar sobre o futuro terrível que está por vir. Escrevi um texto há alguns meses sobre o famoso “e se”, se você não leu e se interessar, clique aqui.
Semana passada fiz uma reflexão sobre a minha vida que me deu tanto alívio que quero compartilhar com vocês. Fiz uma análise rápida de como era a minha vida há 10 anos atrás, em 2006. Tentei me lembrar quais eram os maiores conflitos que eu tinha na época, quais eram os meus maiores medos, o que faltava, o que eu já entendia que não funcionava mas por muitas razões insistia e as minhas maiores fontes de angústia e ansiedade. Pois bem. Descobri que dois dos meus maiores medos na época foram concretizados. Sofri, me decepcionei, por um tempo a situação me assustou. Logicamente nem perto do caos que eu havia imaginado caso esses medos se realizassem. Mas quando aceitei o que a vida estava me impondo, aos poucos novas oportunidades foram surgindo, fui crescendo com a dor e tudo rumou para um lugar muito melhor.
Por outro lado, tudo o que eu queria em 2006 eu consegui. Tudo que eu precisava. E aí entra o grande paradoxo porque foi tudo o que eu temia perder que me fez conquistar exatamente o que eu queria, o famoso perder para ganhar. Curioso? Na verdade penso que é só a vida sendo incrível como ela pode ser se dermos espaço. Embora eu não soubesse, para que eu concretizasse tantos sonhos e objetivos, seria preciso viver na pele meus maiores medos, enfrentá-los. Também não imaginava que eles eram monstros muito menores quando estavam fora da minha imaginação. E assim, tendo que abrir mão do que eu pensava ser a oportunidade da minha vida, trilhei um caminho muito mais significativo e valioso, pelo menos para mim.
Continuei refletindo e me veio a segunda boa sacada. Se em 2006 onde as coisas eram bem mais difíceis do que são agora, meus maiores medos se materializaram e me trouxeram um “futuro” muito melhor, para que vou temer meu futuro hoje onde meu presente é muito mais estável em todos os aspectos? Não faz sentido. Então, cada vez que o meu cérebro vier trazer o caos produzido pelo medo, basta lembrar de 2006. Fácil? Não. Mas vale a tentativa.
Agora você. O que você faria agora se não sentisse medo? Provavelmente esse é o caminho a seguir. “Mas e se eu tomar a decisão errada?” Parte do processo. Quando tiver um tempinho, faça essa reflexão de seu passado, pense em 10 anos atrás. Qual era o seu maior medo? Ele se concretizou? Se sim, como foi? Tão triste quanto você imaginava? Se não se concretizou, hoje, 10 anos depois, ele ainda te assusta? E se ele acontecer hoje, a não ser que o seu maior medo seja de morrer, será mesmo o seu fim? Não haverá nenhuma maneira de se reinventar? Não haverá saída? Duvido.
Se há 10 anos atrás meu maior medo não tivesse se efetivado eu não estaria aqui escrevendo esse texto, nem tentando ajudar as pessoas a viver melhor, muito menos em paz por ter me encontrado finalmente. Alguns podem achar isso pouco, para mim vale muito.
Será que por trás do seu maior medo não está a sua libertação?
Pense nisso… 🙂